04 março 2009

Cuide da carreira antes que seja tarde demais. Ou enquanto há tempo


A globalização e a forte crise mundial vão deixando a nu o cenário que envolve os executivos brasileiros na faixa dos 50 anos, que de uma hora para outra se enxergaram disponíveis no mercado em busca de recolocação profissional ou levados para uma segunda carreira, na qual o cacife que têm está na grande experiência que acumularam em anos de atividade. Agrava a situação o fato de as demissões nas grandes empresas serem processadas sem a preparação adequada do pessoal para uma 2ª carreira.

Para alguns (poucos, muito poucos) essa passagem é a conversão planejada- investimento com antecedência no preparo- para o mundo novo da Consultoria ou do negócio próprio, jornada que iniciam ainda jovens aos 45/ 50 anos e com vida financeira quase sempre bem definida.

Para outros, que imprudentemente acreditavam na permanência por mais de 20 anos na mesma empresa, o caminho é o mesmo de quem se preveniu, só que mais apressados e em situação mais frágil da enfrentada por quem fez da segunda carreira uma conseqüência inexorável da primeira. Mas agora também aptos a escolher uma atividade (franquia, comércio, consultoria, ensino,...), mais a seu gosto e que represente crescimento, satisfação e qualidade de vida.

Para os jovens, que ora ingressam nas universidades, os que estão no início da jornada, devemos assegurar que estejam conscientes e preparados para lidar com mercados globalizados, com novas tecnologias, os infindáveis processos de enxugamento, um mundo sem a predominância do emprego formal, ou seja, com relações frouxas no trabalho.

Uma sugestão é implantar por meio de Empresas Jr, de modo a difundir para os alunos - momento de mais plasticidade, mais condição de absorção, menos interferências de outras aprendizagens -, o conceito da gestão da carreira como responsabilidade dos próprios indivíduos, num processo que apresentaria e discutiria plano de vida e carreira/ trabalho, os novos mercados, novas formas de trabalho, o construir e cultivar os relacionamentos, a educação continuada, e não o ensino estático, construído para o "não pensar", para a estabilidade, para a obediência e, como consequência, responsável pela despersonalização e desorientação do aluno e do futuro profissional.

Em outras palavras, é necessário buscar sempre significado e transcendência no trabalho e ter às mãos as rédeas da vida e do trabalho.

Luiz Affonso Romano, presidente do IBCO