12 dezembro 2009

Nós ensinamos?

Nosso curso de Consultoria, voltado para um público jovem de treinandos - todos na faixa dos seus vinte anos -, sofreu dura crítica, chegando três alunos até a desistirem no meio do programa. Curiosamente isso nos orgulhou tanto que até estamos aqui, divulgando esse nosso ”fracasso“.
Com efeito, a alegação crítica - até veemente - foi de que o Curso “era demasiadamente prático”, tornando difícil a “anotação dos conceitos” e sua “memorização, leitura e compreensão ulterior” (sic, sic, sic).
Ora, de fato, nossa opção pedagógica vem sendo (v. Paulo Freire) a de que o professor não ensina, até ao contrario, o aluno é que aprende (ou não!)... Coerentemente, nosso viés didático - aplicado no Curso -, vem sendo o de se criar, durante as aulas, um clima participativo, de livre discussão, de enriquecedoras interpretações e idéias divergentes, procurando-se até fugir da unanimidade – sempre “burra” como repetia mestre Nelson Rodrigues -, procurando-se ir da diversidade criativa para um acordo consensual, prático, inteligente e, principalmente, aplicável no dia a dia das empresas, com ajuda do Consultor.
Convém lembrar, aliás, que essa análise diversificada e situacional das empresas- recomendada pelo Curso, aos Consultores -, lembra bem “que não existem doenças, mas sim, doentes!” – como não existem diagnóstico padrão nem mudança aconselhável a toda e qualquer empresa, como prescreve, eventualmente, a vasta e recente literatura da área administrativa e organizacional, com seus “Best-sellers” - que se vendem até com muito sucesso -, recomendando ali seus” Os dez mandamentos do administrador eficiente” ou” O que deve fazer o gerente exitoso”, tudo isso vazado, sempre que possível, em textos de aprazível leitura que nunca devem levar mais de 30 minutos para serem lidos (afinal, “Time is Money “”, não é mesmo?).
Já nossa “Capacitação “percorre caminho oposto. O Curso é apresentado em original sistema didático a que chamamos “técnica do jogral“ onde dois professores-consultores, em conjunto e simultaneamente, debatem com os alunos os conceitos estudados, podendo eles até divergir entre si, estimulando, assim a análise criativa e imaginosa dos temas propostos.
Com isso, com essa abordagem diversificada, temos observado, nos últimos dez cursos já apresentados, que os alunos têm aprendido muito mais... E os professores também!
Paulo Jacobsen, membro honorário do IBCO, Professor e Consultor