16 fevereiro 2010

Mercado de trabalho e o prazo de validade para o capital humano.

O desemprego, que se agrava nas crises, hoje mais frequentes, não é cíclico. A automação, a concentração de negócios, o maior nº de pessoas desejando permanecer no mercado por mais tempo, os jovens que procuram anualmente ingressar, os norte-americanos e emergentes desempregados, rearrumaram a oferta de emprego. O encolhimento é constante, às vezes brusco, aos solavancos, nem do V e/ou do W.

Lá no início, na escolha do jovem, as referências não são mais os pais para os filhos, porque muitos- aqui e lá no exterior-, estão prestes a perder o emprego ou já perderam. Ninguém quer “sair” mais a eles, pais.

No meio do caminho, da vida vivida, homens e mulheres preparam-se para viver ativamente mais 30 anos, procurando zelosamente equipar-se para dobrar o tempo de trabalho (ocuparam-se dos 20 aos 50). É a vida prazerosa e profícua, expressão de vigor mental e físico.

Os títulos formais, os cursos longos, carregam chancelas, marcas consagradas no passado, e que agora necessitam de programas conectados com o mundo de desvestir a camisa corporativa e profissionais da academia que exerçam o ofício com entusiasmo e antenados, para hoje coroar a teoria com a prática indispensável, enriquecedora. Para valerem, carecem de reexame, tal e qual os brevês de pilotos e de motoristas.

Por isso, os jovens e os não tão jovens executivos previdentes, que perceberam as mudanças no ambiente laboral, aplicam-se na conversão planejada, na transição de carreira, desde cedo. Sabem que mudarão de função 4 a 5 vezes, trocarão de empresas outras tantas. Precisam construir o futuro, tomar as rédeas da vida e do trabalho.

Assim, na jovialidade dos seus 40/50/60, após uma vida corporativa exitosa, muitos querem aplicar o seu capital profissional na Consultoria, com acompanhamento, elaborando plano para utilizar o conhecimento acumulado, definindo as discrepâncias entre a situação atual e a desejada e, com isso, diminuindo as distâncias, e reprogramando os conhecimentos técnicos e generalistas auferidos.

E aí, compreenderão a mudança tática de gestor para consultor, um ser de aconselhamento, de ajuda. Aprenderão as apropriadas ferramentas de intervenção, a inquestionável propriedade das relações interpessoais, a imprescindível formação e o cultivo da rede de relacionamento, a visibilidade comedida, o indispensável sigilo profissional, a intangibilidade e a inseparabilidade do serviço, o comprometimento ético...O mercado da Consultoria agradece.

Luiz Affonso Romano é Coach de Consultores. Atualmente, CMC e Presidente do IBCO.